sábado, 26 de novembro de 2011

Sideways - entre umas e outras

Jack (Thomas Haden Church) está com o casamento marcado. Miles (Paul Giamatti) é seu melhor amigo. Juntos, eles decidem fazer uma viagem pela Califórnia. Mais precisamente, uma viagem cujo percurso contempla as vinícolas da Califórinia. Uma espécie de despedida de solteiro em meio a degustações de vinhos e boas comidas.

Ao longo da viagem, quase que uma aventura, eles encontram Stephanie (Sandra Oh) e Maya (Virginia Madsen). A primeira, funcionária de uma vinícola. A segunda, garçonete em um restaurante. Tudo isso junto, somado ao comportamento impulsivo de Jack e ao comportamento depressivo de Miles, tem-se uma mistura de comédia e drama em um filme muito bem escrito e dirigido. Trata-se de Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways, EUA, 2004, 126 minutos), dirigido e co-escrito por Alexander Payne.

Belas imagens de vinícolas e curiosas cenas de degustação estão presentes ao longo de todo o filme. Do mesmo modo, estão presentes diversos diálogos a respeito de variedades de uva e suas características organolépticas. Sideways foi vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 2005.

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A propósito, o consumo do vinho tem aumentado significativamente no Brasil, como atesta o International Wine & Spirit Research. O impulso para esse aumento tem vindo especialmente de consumidores de classe B. Um primeiro olhar sugere que tais consumidores passam por um processo de redefinição cultural de hábitos de consumo e têm apropriado o consumo de vinho como uma espécie de ritual de mediação de relações. A construção e o compartilhamento de significados que se pode ter por meio do consumo do vinho, todavia, apresentam inúmeras possibilidades. Várias delas, como se pode assistir em Sideways, não estão restritas a um mercado ou espaço geográfico específico.

Esse post compõe uma série chamada “Filme”. Trata-se de sugestões de filmes.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Produto chinês é uma piada

Um colega de trabalho me contou que comprou uma lanterna e, pouco tempo depois, ao precisar trocar a pilha, a tampa não fechou – nem por milagre. Um outro colega que, do mesmo modo que eu, ouvia o primeiro, relatou que comprou um pendrive e ele parou de funcionar após dois dias de uso. Uma terceira colega que adentrou a sala para tomar um café e acompanhou a conversa, mencionou que o tênis que havia comprado para caminhar, praticamente se desmanchara após uma semana de caminhada. Aproveitando a ocasião, pontuei que eu havia comprado uma agenda, cuja capa literalmente se rasgara após três meses de uso. O que os quatro produtos tinham em comum? Como o título deste post sugere, o fato de terem sido produzidos na China. Fácil, não? Mas o que mais eles tinham em comum? Surpreendentemente, eles não eram produtos piratas e não possuíam marcas desconhecidas. A despeito de toda a algazarra em torno da China, produto chinês é uma piada.

Referências Conexas

BAUER, Hans H.; SAUER, Nicola E.; BECKER, Christine. Investigating the relationship between product involvement and consumer decision-making styles. Journal of Consumer Behaviour, v. 5, n. 4, p. 342–354, 2006.

HAMILTON, Gary G. Competition and organization: a reexamination of Chinese business practices. Journal of Asian Business, v. 12, n. 1, p. 7-20, 1996.

PINHEIRO-MACHADO, Rosana. China-Paraguai-Brasil: uma rota para pensar a economia informal. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 23, n. 67, p. 117-192, 2008.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cultura, consumo e etnia

A Revista de Administração da UNIMEP traz em sua edição de maio/agosto desse ano o artigo “Representações das relações entre cultura, consumo e etnia: as representações culturais das mulheres negras no mercado consumidor brasileiro” (RAU, v.9, n.2, p. 108-130, 2011). De autoria de Josiane Silva de Oliveira, a construção do artigo envolve um contexto de gênero por meio de mulheres negras e usa um recorte empírico de dados oriundos da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. O artigo traz uma contribuição que transcende o enfoque vinculado a gênero e etnia, pois traz um olhar raro na produção acadêmica brasileira relacionada a consumo, o qual diz respeito à análise de processos de reprodução cultural e re-significação por meio de bens de consumo.

Esse post compõe uma série chamada “Olhar Acadêmico”. Trata-se de breves observações realizadas sobre trabalhos acadêmicos na forma de artigos, dissertações, teses ou livros relacionados direta ou indiretamente ao campo de cultura e consumo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Consumindo a ansiedade ...

O técnico de futebol não dura muito tempo no cargo. O motorista e o motoqueiro não esperam o sinal abrir, já aceleram antes. A televisão não permanece no mesmo canal. O MSN e o Facebook não são usados para falar com uma única pessoa, mas sim com várias, simultaneamente. O telefone celular é olhado constantemente. O ouvinte não espera o interlocutor terminar de falar para expressar o que pensa. A comida mal foi servida, as pessoas ainda nem se sentaram à mesa, mas alguém já está beliscando. A aula ainda não terminou, mas o aluno já está saindo. O cinema mal começou a exibir os créditos do filme e todos já se levantaram. O avião acabou de parar, após a aterrizagem, a porta ainda vai demorar para ser aberta, mas já começam a se levantar para pegar os pertences ... a ansiedade está em tudo e em todos!

Referências Conexas

BROWN, Stephen. Marketing pós-moderno: vale tudo! In: BAKER, M. J. (Org.) Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. pp. 13-23.

De MASI, Domenico. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

FIRAT, Fuat A; SHERRY, Jr. John F.; VENKATESH, Alladi. Postmodernism, marketing and the consumer. International Journal of Research in Marketing, v 11, n. 4, p. 311-316, 1994.

sábado, 19 de novembro de 2011

Brasileiro gosta de produtos de beleza e higiene pessoal

O consumo de cosméticos, produtos de limpeza e higiene pessoal tem crescido a passos largos no Brasil. Uma evidência do aumento no consumo dessa categoria de produtos pode ser verificada pela ampliação da oferta de novos produtos feita por empresas que operam no mercado brasileiro. O Laboratório do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) publicou em sua página na web que, em um total de 5.916 embalagens lançadas no primeiro semestre desse ano no Brasil, e tomadas como amostra em uma pesquisa, 4,8 % correspondem a embalagens de esmaltes para unhas, 4,4 % de produtos para o corpo, 4,3% de maquiagens para os lábios, 3,7% de shampoos, 3,5% de tratamentos para cabelos, 3,0% de condicionadores, 2,4% de sabonetes em barras, 2,2% de desodorantes e 1,7,% de produtos para o banho, entre outros tipos de embalagens. A soma dessas categorias representa exatos 30,0% do total de embalagens lançados no país. É ... podem dizer várias coisas de brasileiros, mas não podem dizer que não gostam de tomar banho e cuidar dos cabelos!

Esse post compõe uma série chamada “Web News”. Trata-se de observações realizadas acerca de notícias relacionadas à temática de cultura e consumo publicadas na World Wide Web.